Inação e falta de compromisso com a segurança da população
José Macedo/Redação
Ilhota, SC – Em meio à campanha dos bombeiros voluntários de Ilhota para a compra de um novo caminhão de combate a incêndios, um debate público pelos bastidores traz à tona um histórico de negligência e falta de compromisso por parte dos poderes em mais de 8 anos de governo.
O assunto veio à tona novamente quando um vereador, em recente sessão da Câmara, sugeriu o uso de 100 mil do atual caixa de 300 mil da Câmara de Vereadores para se fazer uma doação aos Bombeiros Voluntários, pois o único veículo disponível para os bombeiros voluntários de Ilhota atenderem a cidade em caso de emergência foi desativado devido a anos de desgaste e constantes quebras.
Falta de verba ou falta de vontade?
Todavia, apesar da situação precária e do conhecimento público do problema, nada foi feito por parte tanto da Prefeitura como dos vereadores para garantir a segurança da população ao longo dos anos passados, e falta de verba não seria o caso nem da parte do legislativo nem do executivo. O fato é que, quando movidos por interesses, eles se movem prontamente.
Um exemplo emblemático foi a construção da casa mortuária, financiada inclusive com recursos públicos, que leva o nome de um parente do vereador que, na época, era presidente da câmara. Esse vereador liderou a campanha para que os recursos fossem economizados e posteriormente repassados à prefeitura, permitindo a realização da obra. É importante reconhecer o mérito desse vereador, pois, independentemente de suas motivações, a obra, tão necessária, está servindo à comunidade. Se nada mais marcar o legado desse vereador, essa construção certamente será lembrada pela posteridade.
Falta de iniciativa e alternativas viáveis ignoradas:
O fato é que, se houvesse um real comum interesse em resolver o problema, os vereadores poderiam ter buscado diversas soluções. Cada um dos nove vereadores, por exemplo, poderia ter buscado uma emenda de R$ 100 mil através de seus deputados, totalizando R$ 900 mil, o suficiente para cobrir grande parte do custo do novo veículo. Afinal, se somarmos as forças representativas da câmara, passam de 20 deputados. A criação de um fundo específico para auxiliar os bombeiros também teria sido uma alternativa viável e que ao longo dos anos foi ignorada.
Por outro lado, Bombeiros e a comunidade realizam o esforço conjunto em contraste com a ação tardia do poder público. Enquanto os bombeiros voluntários se mobilizam para suprir a falta de recursos, realizando pedágios, campanhas de arrecadação e até mesmo o sorteio de um lote urbano doado por um empresário, percebe-se do poder público, na verdade, uma mobilização tardia e que apenas levanta questionamentos sobre as reais intenções:
Seria a proximidade com as eleições esse feito? Nessa época muitos políticos se dizem preocupados com a situação dos bombeiros e correm para propor soluções. No entanto, a falta de ação ao longo dos últimos quatro anos lhes tira o crédito e ainda levanta questionamentos sobre suas reais intenções.
Ilhota espera que, independentemente do contexto político, as autoridades competentes tomem medidas imediatas para garantir a segurança da população, e a compra de um novo caminhão de combate a incêndios é crucial para garantir a proteção dos cidadãos e evitar tragédias.