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Morro do Baú: um memorial dez anos depois da tragédia

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Fonte: BlastingNews/José Carlos Macedo

Mais de três meses de chuva no estado de Santa Catarina  culminaram no dia 23 de novembro de 2008 em tragédia. Avalanches de lama destruíram e soterraram casas, ruas, pontes, num cenário de guerra, ceifando a vida de famílias inteiras e deixando mais de 2.500 moradores desabrigados em todo o Estado.

Foram 32 pessoas mortas pelos soterramentos na região dos Baús em Ilhota, segundo informações do coordenador da Defesa Civil, Antônio Schmitz. E é neste cenário, contrariando o senso comum, que um grupo de 14 famílias lideradas pelo jovem empreendedor Ademar Martendal, dilacerados pela dor da perda, iniciaram o processo de reconstrução da empresa perdida, suas casas e suas vidas.

Pouco tempo depois, em janeiro de 2009, em outra localidade foi adquirido o terreno, que hoje abriga  a nova sede da empresa. E em março daquele mesmo ano a obra foi concluída e a empresa reerguida.

 

A dor e o recomeço a solidariedade e a gratidão.

Reerguida em meio a lama, desolação, dor e as tantas perdas, o jovem empreendedor, que ainda chorava a perda de uma irmã e uma sobrinha, relembra, naquele momento olhei para todos a minha volta e a única coisa que pensei era que se eu desistisse então tudo estaria perdido.

“E foi assim que de posse de algumas economias e com muito esforço recomeçamos”, – continuou Ademar -, que com o olhar radiante traz à memória o reconhecimento da ajuda fundamental que recebeu, não apenas dos amigos e funcionários, mas também dos fornecedores e de entidades de classe, a exemplo do Lions Clube que em questão de poucos dias de trabalho, ergueram 14 novas casas para abrigar as famílias.

 

10 anos depois – um memorial feito de sonhos

         “Todos tivemos nossas perdas e elas eram demasiadamente grandes; nossa opção era sentar e chorar ou levantar a cabeça e recomeçar. E foi o que fizemos. A história como uma cicatriz que não se pode negar estava na nossa pele como uma marca para a vida toda. Juntamos nossas dores, nos unimos e nos tornamos braços e mãos uns dos outros, e assim achamos a força para reconstruir nossas vidas”, comenta emocionado, Ademar Martendal.

Atualmente no novo local ao chegar o que se vislumbra é uma pequena e aconchegante vila, de uma única e simpática via, pavimentada com a força dos sonhos de toda uma comunidade, que unida e vibrante agora, 10 anos depois, reerguida sonha com voos maiores.

Uma pequena vila, fixada em meio a uma exuberante paisagem, como um marco, um registro respeitoso de um grande memorial para as gerações futuras.

 

 


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